Tuesday, March 13, 2007

Protesto Sindical e Público Desmentidos

O Sindicato dos Chulos, Gigolos e Afins vem, por este meio e através da sua Direcção,esclarecer a população relativamente a um conjunto de atoardas com que vozes mal-intencionadas procuram denegrir a nobreza da nossa antiga Profissão. E porque as trombetas sindicais estão afinadas pelo diapasão da nossa indignação não iremos tecer mais considerações e passemos à análise fria das acusações e aos factos que as desmentem. E os factos são:

Temos sido frequentemente conotados com uma empresa de parquímetros e reboques de Lisboa, a EMEL, sendo usual designarem os fiscais dessa empresa por uma designação profissional que, por ser nossa, nos é cara: CHULOS.
Depois de uma aturada busca aos arquivos da nossa instituição descobrimos um pedido de adesão por parte da Emel. O documento em causa apresenta despacho manuscrito com descriminação da argumentação da Direcção do nosso Sindicato e relativo indeferimento que passamos a transcrever:
.I - Muito embora a nossa seja uma profissão bem remunerada, a nossa é uma Associação Sinndical e, como tal, encontra-se legal e estatutariamente impedida de aceitar nas suas fileiras empresas ou outras entidades pertencentes ao patronato.
II - Após reflexão profunda sobre os instrumentos usados pelos membros e uma exaustiva busca nas listas de objectos usados na nossa profissão, não foram identificadas nenhumas ocorrências envolvendo parquímetros. Mesmo nos casos mais fetichistas usaram sempre instrumentos de menores dimensões. Maior estranheza nos causa o uso de bloqueadores uma vez que a essência da nossa profissão se prende com o quebrar os bloqueios de esposas mal-maridadas e mulheres infelizes em busca de consolo íntimo.
III - O uso do Reboque não é admissível uma vez que, agregando Chulos, Gigolos e Afins, os membros da nossa Associação Sindical tanto podem rebocar como ser rebocados.
IV - Apesar de alguns nossos associados ostentarem entre as suas roupas de serviço indumentárias de cores garridas, nunca desde os tempos do funk, foram usadas cores tão ostensivas como os dos fiscais da EMEL. por outro lado, a exuberância com que alguns nossos associados se veste resulta de um culto da personalidade destinado a vincar os traços mais salientes destes e, como tal, não se compadece com a própria noção de farda, antes aposta num ecletismo estético tão caro às vanguardas criadoras do início do século XXI.
Por estas razões a Direcção do Sindicato dos Chulos, Gigolos e Afins indefere o presente pedido de adesão. (segue data, assinatura e carimbo)

Assim sendo, e uma vez esclarecidos os factos, apenas nos resta esperar que a pública censura recaia sobre os autores de tais atitudes vilipendiadoras.

Sindicato dos Chulos, Gigolos e Afins
A Direcção
Willy The Pimp

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